quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

As estrelas não morrem


Vou abrir meu blog falando de um poeta, aquele a quem eu gosto muito.
No dia 30 de julho de 1906,um dia completamente frio. Na cidade de Alegrete (RS),nasce o quarto filho do farmacêutico Celso de Oliveira e Dona Virgínia de Miranda Quintana. Essa criança recebe o nome de Mario de Miranda Quintana, mas ele deixa de lado o Miranda e passa a se chamar de Mario Quintana.
Embora tenha nascido antes do tempo, não deixou de ser bem recebido por todos em Alegrete (RS). Com ajuda de seus pais,aprendeu a ler aos 7 anos de idade através do jornal Correio do Povo, onde também aprendeu com seus pais rudimentos de francês.
Em 1914 inicia seus estudos na Escola Elementar Mista de Dona Mimi Contino,morou em sua cidade natal até o ano de 1917. Dois anos depois foi para o colégio Militar de Porto Alegre em regime de internanto. Foi ali na escola Militar que começaram aparecer suas primeiras produções literárias.
No ano de 1925, entrou no setor de literatura estrangeira da Livraria do Globo, que na época era uma das mais ativas editoras do país. Em 1929 , começou a escrever no Diário Gaúcho do Estado do Rio Grande do Sul. Logo em seguida passou a públicar seus poemas na Revista do Globo e no jornal Correio do Povo.
Com a revolução de 1930 o político gaúcho Getúlio Vargas fez com que o jovem Quintana fosse para o Rio de Janeiro como voluntário do Setímo Batalhão de Porto Alegre.
Seis meses depois, regressou para a capital gaúcha. Começou a época das traduções de clássicos franceses e ingleses para a editora Globo.
Autores como Proust, Balzac, Voltaire e outros... tiveram o privilegio de suas primeiras versões no Brasil pelas mãos de Mario Quintana. Sua primeira publicação foi '' A Rua dos Cataventos,'' no ano de 1940. Essa obra teve uma grande repercussão e vários dos seus sonetos passaram a figurar em antologias e compêndios escolares.
Em 1946 saiu ''Canções'', seu segundo livro de poesia. Tinha como admiradores Manoel Bandeira,Carlos Drummond de Andrade e Vinícios de Morais.
Esse grande poeta partiu no dia 5 de maio do ano de 1994, aos 88 anos de idade, onde poucas pessoas haviam percebido sua partida para o outro mundo. Por que? O País ainda chorava pela morte do ídolo das manhãs de domingo, Ayrton Senna , que havia partido 4 dias antes.
Segundo o próprio Quintana , na poesia ''Ah! Os relógios'', estava certo o povo em não chorar por ele , pois um poeta nunca morre:

Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
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